sexta-feira, 27 de julho de 2007

QUEM DE ENTRE NÓS


Alguns de entre nós

Pobres mortais

Não sentem a alegria da partilha


Alguns de entre nós

Simples mortais

Não sentem a tristeza da partida


Soberbos distintos

Dos seres imortais

Habitam no mundo dos sós entre iguais

terça-feira, 24 de julho de 2007

O SERMÃO QUE JESUS CRISTO (NÃO) FEZ NA MONTANHA


Pai-nosso que estais no céu

Tão injusto para as mulheres

Santificado seja o vosso nome

Apesar do sangue derramado

Venha a nós o vosso reino

De poder infinito

Seja feita a vossa vontade

Mesmo cruel e mesquinha

Assim na terra como no céu


O pão-nosso de cada dia nos dai hoje

Para saciar o nosso apetite desenfreado

E perdoai as nossas ofensas

Pecados menores sem valor

Assim como nós perdoamos

Como se divinos fôssemos

A quem nos tem ofendido


E afastai-nos da tentação

De nos deixarmos seduzir

E livrai-nos de todo o mal

Como se possível fosse

Porque vosso é o reino

Que nós desejamos

E o poder e a glória

Que sem medida ambicionamos

Para todo o sempre

Aqui e agora


Amén

In Chalah



















domingo, 15 de julho de 2007

ENCANTAMENTO


Já não a esperava

Quando ela apareceu

Como um raio de sol

Em plena trovoada


Ó Deus que fazer

Perdi o manual não sei as instruções


Procuro nos livros

Matéria de ensino

Sem descobrir nada

Que indique o caminho


Percorro às cegas

Um trilho danado

E brado aos céus

Por ter-me encantado

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Lilith

Prima entre pares
Com Adão por companhia

Foi expulsa do paraíso
Pela sua rebeldia

Sucedeu-lhe Eva a submissa
Que Deus criou por covardia

segunda-feira, 9 de julho de 2007

AS HORAS

Dentro de um velho relógio
Está contida toda a história da minha vida


Chego da labuta lá p`rá meia-noite
E durmo pelas duas um sono profundo


Seis horas ressono até que pelas oito
Um pulo da cama já eu me levanto


Seria menos triste se nove dormisse
Mas chegando às dez já pensava só nas onze


Fazendo bem as contas sobravam-me outras tantas
Que podia aplicar nas minhas poupanças

sexta-feira, 6 de julho de 2007

NIRVANA


Ser planta ou folha

Ou árvore em flor

.

Ter uma vida pura

simples e loira

.

No Outono dos campos

Ou no estio das searas

.

Sob os ventos alísios

Ou o vento do Norte

.

Não ficar no tempo

Nem na morte

segunda-feira, 2 de julho de 2007

A OBRA DE SOPHIA



Em Creta Epidauro ou Atenas

No azul do céu ou recanto do jardim

A ver o mar na areia da praia

Deserta p`la madrugada.


Sempre igual continuamente

A busca do silêncio

Que há no fim das coisas

Do universo de humana terra


A permanente caneta entre os dedos atenta

Da mão que poisada sobre a lisura da mesa

Aguarda o chamado do grave instante


Dupla de contrários

A palavra vestida

Pela aguda consciência do exílio divino

De um mundo doravante dividido


Mundo que ignora a forma justa

Que há entre o céu e a terra.


Por isso se retira sem cessar

Para se ungir da forma pura dos deuses a falar

domingo, 1 de julho de 2007

Xiquita mamã


Ontem, pelas 9.30H da noite, a nossa yorkshire pariu uma cachorrinha. Ouvimos um choro de bebé e pusémo-nos em acção: álcool, tesoura, fio-dental, toalhas e água. Faltavam 15 m. para a meia-noite quando a Xiquita pariu o último da ninhada, um menino no meio de sete meninas, espectacular. Parecia uma sala de partos: corávamos o cordão umbilical, massajavamo-los com para activar a circulação sanguínea, refrescávamos a parturiente com uma toalha molhada, enfim, um verdadeiro trabalho conjunto para proporcionar o nascimento de oito cãezinhos do tamanho de um polegar. Agora resta prestar todos os cuidados à mistura com muito amor e carinho para que cresçam saudáveis e felizes, depois partirão cada um para o seu lar onde serão alegres e dedicados companheiros de miúdos e graúdos.

Não fomos à "Lesboa Party" mas fizémos uma festa, foi o máximo.